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Neste artigo você vai descobrir o que é a classificação e ativos e como isso pode lhe ajudar nos seus processos de manutenção e operação dos seus equipamentos.

Quando falamos de manutenção, operação ou produção, é inevitável que também falemos de equipamentos, máquinas, instrumentação e ferramentas.

Por isso existe uma grande área chamada de Gestão de Ativos, que se dedica a estudar e estruturar tudo o que envolve esse contexto de máquinas e equipamentos. Trazendo técnicas e metodologias que nos ajudam a fazer a gestão de forma adequada.

Um dos principais pilares da Gestão de Ativos é a Classificação dos Ativos. Por que?

Dentro de uma indústria, ou em uma grande frota de veículos, ou mesmo no agro, a quantidade e variedade de equipamentos pode ser enorme. Isso torna cada vez mais difícil fazer uma gestão eficiente, e por isso, classificar esses equipamentos se torna um passo primordial.

Como diria William Edwards Deming (1900-1993), um dos pais da Qualidade e do Lean:

Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia

Para gerenciar nossos equipamentos é preciso entender (conhecer) e definir (classificar). E é isso que vamos ver neste artigo.

O QUE SÃO ATIVOS?

Os ativos de uma empresa representam tudo o que pode ser revertido em dinheiro (capital, receita, lucro).

Isso pode ser algo imediato como a venda de um produto, o saldo em conta, ou mesmo uma máquina que transforma a matéria prima em um produto agregando valor.

Sim, máquinas e equipamentos são ativos de uma empresa. Essas máquinas são capazes de produzir algo que tem relevância econômica para a empresa (produto/serviço).

Em outras palavras, máquinas produzem dinheiro em forma de produtos e serviços. Assim são ativos fundamentais para qualquer empresa.

Esse tipo de ativo que compreende máquinas, carros, equipamentos, infraestrutura, prédios, etc é chamado de Ativo Imobilizado.

A gestão de ativos é compartilhada entre o setor contábil, pois é preciso declarar esses ativos, e o setor operacional que irá utilizar esses ativos para gerar valor.

Dentro da operação, a manutenção é a principal responsável por manter esses ativos com alto grau de disponibilidade e confiabilidade, explorando ao máximo o LTV (Valor do Ciclo de Vida), a performance, qualidade e com redução de custos.

Para isso, a manutenção utiliza a combinação de manutenções preventivas, preditivas, inspeções, lubrificação, manutenção autônoma, PCM, TPM, etc.

Mas para que possa ser feito todas essas intervenções de manutenção, é preciso classificar os ativos. Assim saberemos quando, onde e como devemos investir nossos esforços.

HIERARQUIA

Uma das melhores formas de começar a classificação dos nossos ativos é por definir qual o nível de hierarquia do ativo.

Hierarquia é a ordenada distribuição contínua de graus, níveis ou escalões. Geralmente é feita de forma decrescente, indo ao maior (mas alto nível, mais importante, mais macro), até o menor (baixo nível, menor complexidade ou relevância, mais micro).

Quando falamos de classificação de ativos, isto é, máquinas, equipamentos e etc, usamos a Hierarquia Estrutural de 8 níveis.

A hierarquia estrutural (do maior para o menor) compreende o entendimento da árvore de 8 níveis mostrada a seguir:

  1. planta;
  2. área;
  3. subárea;
  4. linha;
  5. máquina;
  6. conjunto;
  7. equipamento;
  8. componente.

Essa hierarquia nos permite ter completo entendimento sobre nossos ativos e tudo que está relacionado aos mesmos.

Exemplo Indústria: temos uma fábrica de sucos, área de envasamento, subárea de envasamento em garrafas de vidro, linha de envaze de 1L, máquina envasadora de esteira, conjunto de bicos de envaze automatizados, equipamento de acionamento pneumático de envasamento, componente válvula pneumática.

A mesa ideia pode ser aplicada a outras áreas, basta adaptar.

Exemplo Frota: Caminhão (máquina), sistema de propulsão (conjunto), motor diesel (equipamento), válvulas de admissão e escape (componente).

A grande vantagem de catalogar nossos ativos usando a hierarquia é gerar conhecimento, padronização de nomenclaturas, identificação e controle acurado.

CLASSIFICAÇÃO ABC

Quando temos muitos equipamentos e máquinas, não é possível dar a mesma atenção a todos. Sempre haverá máquinas e processos que são mais importantes, e esses devem ter nossa máxima atenção.

Existem ativos que são críticos, isto é, processos ou ativos que se pararem podem causar acidentes, desastres ambientais, gerar multas, perda de produção ou matéria prima, etc.

Assim, temos que identificar quais são nossas prioridades, e com base nisso vamos poder dar a devida atenção nos processos e ativos corretos.

Uma das metodologias mais simples e mais usadas é a Classificação ABC, que consiste em dividir os ativos por criticidade. Usa-se 3 classes, a mais crítica A, média B e a menos crítica sendo C.

EQUIPAMENTOS DE CLASSE A (CRÍTICIDADE ALTA):

São equipamentos que, em caso de falha, interrompem o processo de produção, reduzem a performance produtiva e impactam na qualidade ou nos custos dos produtos.

Geralmente, para esses equipamentos, não é possível ou viável ter redundância; desse modo, ao falharem acabam causando indisponibilidade e, claro, tendem a ter confiabilidade baixa.

Recomenda-se também o acompanhamento estatístico para mensuração constante de confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade desses ativos.

EQUIPAMENTOS DE CLASSE B (CRITICIDADE MÉDIA):

São equipamentos que, em caso de falha, não causam panes ou acidentes graves; ou se causam, podem ser recuperados, porém são equipamentos fundamentais ao processo.

Geralmente, contam com algum tipo de redundância, e em caso de falha, talvez seja necessário retrabalho dos produtos.

Esses equipamentos devem ter sua manutenção baseada na condição e no tempo de uso (preventiva), sendo necessário manter rotas de inspeção constantes, podendo atuar também na correção.

Contudo, se o custo para reparo for muito alto ou a mantenabilidade for muito baixa, recomenda-se também o uso de manutenções preditivas.

EQUIPAMENTOS DE CLASSE C (CRITICIDADE BAIXA):

São equipamentos importantes para o bom funcionamento dos processos; porém, na ocorrência de falhas, não há impactos na produção nem na saúde e segurança das pessoas e meio ambiente.

Como são equipamentos que não afetam o sistema, podem ou não ter redundância. Esses equipamentos de classe C têm uma característica peculiar, isto é, em grande parte, a manutenção corretiva ou o RTF (run to failure, operar até falhar) pode ser considerado como uma boa estratégia com relação a custos e impactos.

Contudo, recomenda-se mesmo assim um acompanhamento preventivo de componentes menos confiáveis.

 

Ao analisar em qual das classificações seus ativos se encaixam, não deixe de levar em conta a proporção:

  • Classe A menor que 20%
  • Classe B entre 20% até 50%
  • Classe C mais que 40%

 

PCM – Planejamento e Controle da Manutenção

O PCM é o principal responsável por fazer a classificação e gestão dos ativos do ponto de vista da manutenção. Afinal é o PCM que comanda a manutenção, fazendo todo o planejamento e controle da Manutenção.

Esse planejamento e controle só é possível se nossos ativos estiverem bem organizados, divididos em hierarquia e classificados.

Isso vai impactar diretamente nos planos de manutenção e nos objetivos da manutenção.

Quando falamos em PCM, a aplicação básica é voltada à área industrial, porém, quando falamos em manutenção, podemos ver que a aplicação é ampla, como manutenção predial (casas, prédios, lojas); manutenção de veículos (carros, motos, caminhões); manutenção de sistemas (TI, softwares, banco de dados); e manutenção de máquinas (mecânicas, elétricas, eletrônicas).

Mas o que queremos dizer é que o conceito de PCM pode ser aplicado para cada um desses casos, pois existe muita similaridade entre todos os tipos de manutenção, afinal manutenção é manutenção, e as técnicas de PCM podem ser aplicados a qualquer finalidade de manutenção.

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